Reverência ao destino.

...

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.

Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.

Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.

Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.

Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.

Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.

Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...

Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.

Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.

Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.

Fácil é ditar regras.
Difícil é seguí-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.

Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.

Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.

Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.

Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.

Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.

Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.

Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.


Carlos Drummond de Andrade.



A dimensão humana


***
Válido durante muitos meses : Esta influência a fará sentir-se muito otimista. Agora você estará aberta para o novo e disposta a aprender; desejará ampliar os projetos que já iniciou e, com base na capacidade de ver as coisas dentro de um contexto mais amplo, poderá tomar as decisões certas. Seu progresso fará aumentar sua confiança, apesar de você ainda se irritar com atrasos e coisas que não saem conforme o planejado. Procure, portanto, tomar cuidado para não deixar que a vontade de expansão a faça desconsiderar os sentimentos alheios. É mais provável que os efeitos positivos desta influência se façam sentir no trato com as pessoas de seu círculo de trabalho ou amizade. Por estar inclinada agora à generosidade, à compreensão e à tolerância, você contará com a boa vontade das pessoas. Isso também poderá fazê-las buscar seus conselhos e opiniões. Você, por sua vez, ficará encantada em poder ajudar, pois além de poder encontrar soluções para vários problemas, terá agora a chance de transmitir suas idéias. Se trabalhar ensinando ou ajudando de alguma forma as pessoas, você poderá extrair o máximo de seus conhecimentos e habilidades, conseguindo abrir novas portas para si e para os outros. Esta influência terá um efeito positivo também sobre outras profissões, embora em menor escala. Porém, para obter o máximo deste momento, você terá não apenas de ser capaz de ver a dimensão humana de qualquer ato, mas também de estar disposta a praticá- lo. Com toda essa sorte, você deve tomar especial cuidado para não dar a impressão de que se sente superior - mesmo que este não seja o caso.

Corpoestrela.

Às vezes a vontade que vem é de dizer mil coisas, mas quando alguém se aproxima pra ouvir, aquela inquietação cala e me faz ouvir algo que está sendo dito lá dentro, no âmago. E as transformações óbvias de tão evidantes parecem amendontradoras. É, afinal de contas o mundo não é mesmo feito somente de idéias, o seu rosto vai transparecer o que o estômago urge. A cabeça, vira mera estátua de vácuo, estando apenas ali provavelmente pra dar cabimento aquilo que é latente, ou simplesmente pra não deixar que metade da vida se vá, junto com a outra metade: linda, cheia, dourada e brilhante; que hoje vi ao amadurecer no céu, pertencente ao pulso do coração.
Numa situação recente que durou uma hora, pude perceber onde estava o erro que há dias eu procurava, aquele, que me causava tantas dores, tantos emails de amor descompassado e de explicações sentimentais.
Por um momento embaçado por lágrimas quase forçadas por viver mais uma vez essa situação lúgrube e pungente, antenei-me do quanto a minha fraqueza instantânea era apenas a prova daquilo que eu não conseguia entender quando a quase dois anos atrás decidi fazer o caminho reverso.
Nada estará bem fora quando o dentro ainda estiver desajustado.
Parei, pensei, refleti alguns minutos e me dei conta do quanto aquela hora que eu havia perdido era preciosa, porque dentre todo o meu pesar de me sentir incomodada e presa, limitada e vítima das circunstâncias, vi, que ali dentro, residia mais caixotes enormes de apegos meus, do que o que eu poderia imaginar.
Logo em seguida já estava sorrindo e feliz e achando tudo ótimo fazendo planos, mas ainda com uma sensação estranha de estar num loop desgovernado que me levaria pra lugar nenhum. E uma ressalva: eu quero ir pra esse lugar nenhum.
Adoraria estar no sonho dentro do sonho de alguém onde estavamos sendo abduzidos. Faria exatamente igual: sorriria e acharia o máximo, porque talvez, até o presente momento passado, essa seria a única forma que tiraria de mim o peso da angústia que carrego sem saber porquê.
Falta de Deus no coração? Falta de meditação? Um pouco dos dois alternadamente. Mas que esta afirmação não conceitue-me como uma pessoa perdida e louca, irresponsável e inconsequente; não, não! Muito pelo contrário. Lembro bem quando uma amiga falou-me que estava novamente confusa e eu atomaticamente retruquei: Amiga, se acostume, a confusão nos faz parte.
Hoje, um pouco mais clareada das idéias, assim como a janela que se encontra atrás de mim no meu aconchegante (?) quarto - agora sem tantos mais objetos que me remetem o aconchego; revejo que a maioria das vezes todo esse meu sofrimento provém da experiência do inevitável. De alguma forma espero por ele como um auto-condenamento, o que sempre é penoso, como o amor que durou quase dois anos.
Até meses atrás eu saberia que seria possível. Mas quando a impermanência tsunâmica se instalou no meu presente-passado e o inevitável construiu alicerces e por aqui ficou, não pensei na possibilidade de desistir do meu sonho ainda distante, por justamente considerar que tudo não precisaria de mais nada do que apenas o sentimento verdadeiro, ou traduzindo do meu vocabulário de muletas emocionais: apego.
Então, o ponto nevrálgico mais uma vez se apresentou e eu o vi, claramente em todas as minhas relações amorosas, nos dias solitários em Brasília, ou Jericoacoara, ou aqui em Teresina mesmo, ou na falta de amor dita por uma amiga que há tempos eu não via e me fez ter a sensação de que a vi somente pra que ela pudesse me proferir essas poucas palavras e eu finalmente terminasse o meu dia, o meu ano, o meu ciclo vicioso, e de alguma forma, mesmo ainda não tendo voltado às meditações nem aos treinos de muay thai, creio que agora posso adormecer um sono mais tranquilo e profundo.



empty.

O amor em mim está de luto.


E há um novo campo à sua espera



Naquela noite me dei conta enfim
De quem era eu
De onde estava
Do que eu havia perdido
Do encanto que havia se quebrado
E que não encontraria mais
Nos olhos do outro.

Senti o vácuo dominador de esperança
No denso silêncio imperador
O infinito que dorme em cada respiração
Vazio
Porém, desperto.

Todo universo é um molde vazio de estrelas*

E no alcance de minha dor legítima e primeira
Está em livrar-me da concepção sobre as pessoas
E as coisas
E os cachorros
E sobre mim mesma.

Estive profundamente magoada com o negócio de
Negar o que era.

Tudo é vazio mas tudo está desperto.
Coisas são o vazio no espaço e no tempo e na mente.



Aproveite o corte da iluminação:

Luz é cicatriz**.



















*parafraseando jack kerouac.
** parafraseando fabrício carpinejar.















"(...) Lembrem-se de que sabemos que todas as coisas funcionam juntas para o bem daqueles que amam Deus, para aqueles que são chamados de acordo com os motivos dEle." Romanos 8:18

Go on.

"Segura firme, rapaz: o êxtase é generalizado, é isso que ele quer dizer, o êxtase da mente, o mundo não é nada além da mente. E o que é a mente? A mente não é nada além do mundo."







"Não forme concpções a respeito da realidade da existência nem sobre a irrealidade da existência (...) As algemas vão ficar macias e os cassetetes vão cair por terra, vamos em frente e sejamos livres de qualquer maneira."

Jack Kerouc

Moan.

Quanto mais convicta a respeito de alguma coisa me sinto, mas distante de alguma verdade sei que permaneço. Os dias tem sido iguais em sua alegoria, mas diferentes e distantes em sua essência. Cansei de me expôr. Cansei de fantasiar uma realidade sórdida que eu mesma insistia em mantê-la dentro da vitrine moderna chamada de internet, que, dentro do contexto no qual eu vivo, se torna uma arma ainda mais poderosa de iludição, de deturpação e aprisionamento. Cansei de não ser quem eu sou.
Essas afirmações tão amargas parecem vindas de um coração empedrado, que nunca pensou antes em ser água, lânguido e profundo. Mas pois bem, não é bem assim. É apenas como aos meus vinte e seis anos de idade, ando me sentindo um pouco antipática a respeito de velhos hábitos que carrego a algum tempo e que de todas as formas já não podem mais pertencer a quem sou, ao meu eu do presente e aos meus eus futuros que virão. Daí, isso é o primeiro passo na derrubada do muro de Berlim de mim mesma, eu que sempre fui a defensora da quebra dos conceitos, dos hábitos enraizados, daquilo que é de efeito moral e contraditório. Cansei dos meus dizeres, dos meus conselhos e das minhas frases pré programadas. Cansei de pensar e de tentar fazer as pessoas ao meu redos pensarem também. Sei o meu sentido de missão pessoal, mas até isso a gente cansa.

Hoje a vontade é de permanecer calada. Desativei todas as minhas contas de redes de relacionamentos. Definitivamente acho aquilo inútil pra mim nesse momento e agora entendo as pessoas que faziam isso e eu achava super blasé e sem sentido. Não quero mais ser vista. Não quero mais ser acompanhanda nem me deixar levar por conceituações terceiras. Ando vulnerável. Ando tentando reconhecer coisas que de fato ainda lembram a mim mesma, coisas como as canções que eu ouço aqui, sozinha, no âmbito familiar do meu quarto e que de vez em quando posto aqui nesse blog, o único mural virtual que não consegui (ainda) me desfazer. Mas que não permanecerá imune se um dia essa vontade aparecer.

Saturnine anda rouca de tanto falar. Saudosa de suas práticas meditativas e da leitura de seus textos búdicos. Jack Kerouac anda salvando mesmo, principalmente agora que Saturno chegou pra ficar. Mesmo amando também as interpretações astrológicas, não penso que com elas irei encloquecer...risos, mas apenas uma vez me indisponho a qualquer vestimenta que por acaso possa sair da redoma das coisas que tenham a ver comigo antes mesmo de eu nascer.

Acho que estou de fato aprendendo o que é ser adulta no mundo de crianças velhas. Mentes cheias de falta de próposito de irresponsabilidades pra dar e vender. E quem sou eu no meio desse turbilhão todo? Alguma lunática, provavelmente, pois não há nem sentido em procurar sentido nas coisas. Só gosto mesmo é de ser profunda. Mas sem afogar-me em minhas próprias águas.

Mein Gott!


I’ve been thinking too much about you

See the sunset with no sleep at all
Constantly thinking about you
And I can’t get through this at all

I’ve been thinking too much about you
I’ve been staring at the floor
I’ve listened to all the tunes I love
but made me feel quite blue

I’ve been thinking too much about you
See the sunrise still no sleep at all
Constantly thinking about you
And my eyelids won’t close at all




Sol trígono Júpiter.

Entendo sim porquê as pessoas não querem se desapegar já que o estar perto mesmo longe é tão bom e convincente. É tão tranquilo, sem ter cobranças ou qualquer tipo de amarras, sendo que me amarro é nisso mesmo e nas coisas que nasceram do antes. Algo meio insano e contraditório. Mas é nesse ritmo que tocam a minha canção.
Hoje estou mais leve. Me parece que ontem saí de uma câmera de descarrego, onde muito do peso e das ondas não muito boas me deixaram fluir a partir dali, e melhor, eu fui seguindo, estou seguindo. Sem mais tanta interferência do meio, ou de mim, ou de algo que o valha.
Assim tudo parece mais claro, fica mais rápido de compreender e sigo seguindo assim sem sofrer, como uma balada alegre que me deixa nas nuvens viajando em algum horizonte ou animada como se fosse pra noite. Tudo tem seu tempo, seu ritmo, seu teor. Não adianta passar a vida avançando sinais quando o que se deseja é a carne, a valentia dos gigantes consiste em vencer a si mesmo.

Eu consigo sentir.
Eu consigo levar a sério os conselhos que costumo dar.
Eu consigo voltar pra dentro de mim mesma
depois de levar minha alma pra passear uns dias...

É tudo super válido porque de prisões nem o carcereiro vive.
Apenas corações e abraços vazios, perdidos em alegoria de sorrisos estáticos que me deixam pertubada. Mas sem querer saber o que há por trás, porque a resposta sempre virá a mesma: nada!



Com isso, continuo andando.
Going deep.




As coisas não querem mais ser vistas por pessoas
razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul.
Manoel de Barros

































"Quem é capaz de saltar as amarras do mundo e sentar-se comigo entre nuvens brancas?"
Jack Kerouac