Entrega

Continuo esticando o sol pra ver se ele me dá alguma sombra e água fresca. Pote de ouro no final do arco-íris. Minha cabeça ferve como se não houvesse mais nenhuma cabeça no mundo e eu tivesse que pensar, pensar e repensar sobre tudo, numa aula de trilogismos incessantes, hermeticando o que ainda é aparentemente fora do progresso. Presenteísmos, já!
A saudade é coisa inventada depois da tristeza. Há sempre algum motivo pra cair no buraco, remoer e deixar tomar de conta alguma pungência. Melhor seria buscar muros de proteção e gases como curativo, pois qualquer coração é de vidro, quebra corta e se sangra.
Eu sangro todo dia também, igual ao ser amado da minha mente, igual ao amor incondicional que encontrei perdida dentro de algum mundo meu. Sendo assim, qualquer vislumbre é vantagem e eu to sempre assim. Não é só por hoje.


Vive-se a arte de ser. E quando morrer?





Algum cabelo continuará emaranhado pra que eu possa tocá-lo? Alguma pele continuará a ser toque só pra que eu possa sê-la?
Quando criei asas, muito antes dos pés, decidi que algo deveria correr solto antes de mim, antes mesmo de que alguma alma peque ou se redima, tanto faz, pois alegria mesmo é deixar a rendição e entregar-se.






















Continue andando...

verzeihung = zufriedenheit.

Se Ele quer que eu caminhe assim e não assado, então o farei.


O tempo. Ah, o tempo! Havia algo de contraditório que teimava em permanecer em mim apenas por ser só sua essência, sua natureza. Em cada ano mais reveillons, aniversários, ciclos, semestres, infernos astrais. Tudo vai e volta numa redoma louca que por vezes não se sabe aonde está, para onde vai e muito mesmo como se sair. Esta última infelizmente não se encontra alternativa.
E como fazer já que agora o vazio do leme é evidente e o barco da vida corre solto?


Só te digo: aproveite.


O primeiro passo seria respirar. Algo que todos nós involuntariamente fazemos sem nem sequer cogitar a possibilidade de não o fazer, pois sem este a vida não nos cabe.
Segundo, aprecie a paisagem. Há sempre algo de surpreendente e vivo, que lhe saltará aos olhos todas as vezes em que estiver distraído, apenas a apreciar...
Estude as velas do seu barco. Suas cores e fluidez, não se incomode com o seu tamanho, apenas deixe que preencham seus olhos com sua essência de ser e nelas pouse, sentindo o vento atravessando o seu rosto, enxugando as lágrimas que ainda poderiam aparecer e deixe ir...
Esvazie-se de todo remorso, dor, mágoa, ou ressentimento que ainda possa estar a carregar. Isso provavelmente está a deixar o seu barco pesado, sem espaço pra que nenhuma felicidade possa entrar e viajar convosco.
E enquanto exercita a fluidez de ser, tenha em mente que você e o cosmos são a mesma coisa. Que tu e Deus são um só. O universo tem uma dança própria que somente quando se está relaxado e distraído é que se pode ouvi-la e seguir o seu ritmo.

Em seguida pinte o mundo com as cores que quer ver.
Quem tiver mais segredos por favor guarde-os pra si.

















E continue andando...



Prayer for me now.

Te desejo tudo em dobro. Os amores, as recompensas, os desejos e os pensamentos. Te desejo tudo em dobro.

Meu coração palpita num ritmo que eu ainda desconheço e por ser oriundo de terras anônimas, ainda me causa uma confusão faminta, mas necessária. alguns chamariam de angústia mas eu, sendo esse novo eu que vos fala, acha que a angústia é muitas vezes um indicador do caminho a ser seguido do que necessariamente um pressuposto de que algo não vai muito bem. Não acredito muito na tristeza. Acredito na saudade.

O que estava a sentir nesses últimos anos, foi uma imensa e profunda saudade de mim. De uma essência que doía em querer se mostrar e rasgava como em tempestade de emoções uma expressão clara e limpa do que deveria ser.

E é. Apenas é como qualquer história que se conta ou que se sabe. Algo como os momentos louros e outros mais obscuros por onde percorremos na vida e aqueles que a gente realmente não se sabe nada. Apenas é.

E eu adoro tudo isso. Amo certos sorrisos incógnitos que moram no meu rosto e aparecem de vez em quando. A alma que namora com a imensidão dos olhos que se mostram livres e transbordantes. Da suavidade do toque que pode vir de uma voz, de uma palavra ou de uma simples e clara respiração. Onde moram todos os segundos nas nossas vidas. Onde reside tudo o que posso ser.


Just be,
letting go.










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Exacerbismos.(?)

Eu dava a vida por um Sorine agora. Mas se eu desse a vida e ficasse com o Sorine, não haveria mais vida pra Sorine nenhum. Fabuloso, não?

A gente às vezes deseja tanto alguma coisa e se esquece que elas têm um momento uma hora e um lugar específico pra que elas aconteçam, pra que elas sejam nossas. Mesmo sendo que esse nosso é a mega ilusão do mundo. O sentimento de posse, a segurança emocional, a garantia de se ter.

O mundo é tão contraditório. Eu já fui quando quis ficar. Já fiquei quando precisava ir. Absurdo é pensar que a impermanência não é corriqueira e não acontece o tempo todo. Desde que entendi que certas coisas e pessoas vão embora e não voltam nunca mais, aprendi a amar mais e melhor.

Todos os momentos são o momento. Toda hora é hora de chorar, pra ser. E pra mim, ser rainha da conveniência nem é tão difícil, quando se dá a real importância àquilo que é verdadeiro. Mas nada de segurança.

Um salve pra você que sempre espera a hora certa pra dizer que se importa, pra demonstrar o que sente. Pra preencher o seu vazio com o amor de alguém, e não com um algum sentimento mesquinho mascarado de cuidado, de importância. Pra criar coragem e ir em busca do que quer, do que se é, do que se sonha em ter ou fazer. É uma pena que em pouco tempo todas as suas fichas na vida terão acabado e você se verá sozinho no escuro da solidão dos que desperdiçam sua vida, pensando e remoendo aquilo que não foi vivido.

E um parabéns exagerado a você que sofre!! Parabéns, parabéns e parabéns de novo. Aproveite o sinal de que algo em você precisa ser mudado. O sinal de que já está mudando. Aproveite, desfrute e mude junto com ele. Aprimore-se. Poucas vezes a vida lhe dará chances como essa. Antes, uma rasteira.

Outros

E eu sempre acho que você traz algo de bom pra mim, mesmo quando há de descarregar algo negro de dentro do seu coração.

O tempo pára como se soubesse o que eu queria, e tento não esconder de qualquer que seja a circunstância, aquilo que parecemos não saber. Que parecemos não ter, como uma condição pra vida, pra ser feliz.

Algo aparentemente é morto. Mas tem sede, volúpia e sentimento. Um monte de céu juntado em nuvem. Mistério intrínseco em cada encontro, em cada sombra descoberta e compartilhada.

Ando crítica por compulsão. Sempre existirá o que mexer, mudar, modificar, lapidar. Qualquer onda que movimente, que dê acesso, permita. Sonho que se torna realidade. Verdade que se pinta por ser só verdade.

Deixa-se o que não é vento tardar e modificar o que não é vão, que vira diamante e ja é JÓIA.




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Enquanto todos dormem...

"Não chegue perto demais, pode se machucar" diz a frase lida em alguma placa em algum lugar que eu nem lembro. Minha memória neste momento só consegue dar lugar a algumas outras palavras ditas em algum outro vão momento, onde só tem importância para o filminho que se passa dentro da minha cabeça. Eu choro com a televisão. Mas as vezes esqueço que abismos existem dentro de mim mesma.
E voa-se longe. Até onde uma alma nada pequena pode alcançar. E vôo também distante, por vezes pedindo pra voltar por encontrar-me perdida em algum instante sabendo que no seguinte hei de encontrar-me. Com Deus, comigo mesma, com algo chamado consciência. Aquela vozinha irritante que te deixa louca quando queres lidar com as coisas de um modo inconsequente. Ou quando quer apenas voar sem pára quedas. Apenas com solta risos.
E a vida volta. Engraçado como uma história contada a tempos atrás pode ainda conter ternura, mas o contexto sempre muda e eu me sinto mais closer... de algo que ainda não tive. É sempre assim no SUFFICE TO. Tive que perder tantas vezes pra poder ganhar a chance de te perder e não o mais assim farei. É tudo diferente agora.

Escrito nas estrelas? Eu interpreto. Apenas PERTO.










Enquanto todos dormem...
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