Melodramismos de um coração de sacola

Então me perco no brilho de algum sorriso distante, alguma coisa me faz barulho no juízo e eu simplesmente não consigo aquietar. Ouço canções que me falam de campos de morangos distantes, em qualquer outro sítio que não seja o meu, mas que provavelmente mora num céu onde um dia hei de habitar. Falo rouco mas falo pouco. Dou vazão ao que está escrito lá dentro. Alguém com uma caneta em forma de bisturi, vandalizou pouco da cara do corpo, das mãos e do colo, coisa que normalmente ninguém o faria, mas sim, eu permito.

As coisas nem sempre são como gostaríamos, embora as prateleiras estejam lotadas de novidades, opções e ansiedades disfarçadas. Sem cartazes pra dizer aonde devemos ir, é de praxe ter de saber se orientar.

Minha bússola brilha com o sol, minha mente, na escuridão da Lua.

Walking around vou andando e recolhendo todos os meus gêneros de primeira necessidade colocando todos na sacola e sacudindo... guardando, estocando... afinal de contas o fim do mundo já chegou, desse mundo insólito, e eu já me achei naquele brilho lá de cima.

Portanto, o que eu tinha pra reclamar... já deixou de latejar.

Sem o peso do passo a reforma segue firme e ritmada... Tijolo por tijolo, reconstruindo algo que me foi perdido, mas que de fato, não deveria nunca ter estado.


Run fast for your mother, run fast for your father
Run for your children, for your sisters and brothers
Leave all your loving, your loving behind
You cant carry it with you if you want to survive

The dog days are over
The dog days are done
Can you hear the horses?
'Cause here they come




Keep walking...

Surfing...

Se eu for pensar na água gelada que desperta meu corpo para um novo dia, eu continuaria dormindo. Mas há outros poréns que me fazem sair da cama logo que o dia amanhece. Trabalhe! Foi um conselho em forma de dedo de prosa que me foi dado ontem. Algo mais não me assusta como antes, mas ainda sinto sintonia em músicas profundas. Hoje pretendo dormir sozinha. Em sonho, em vida, em solidão. Devagar, quase parando como se estivesse à beira do abismo esperando não ser jogada. A vida tem dessas coisas. Verbos radicais. Ameaças. Antigamente as via por todas as partes. Aqui acolá, vez ou outra ou quase sempre.

Melhor do que aprender a dizer não é saber que estes são aberturas pra vários sins que moram nos meus desejos mais íntimos
e que antes não tinham a oportunidade de se fazerem verdadeiros.
Tem muita coisa que eu to jogando fora. Discos, papéis, pensamentos, pessoas, hábitos e desejos antigos. Comportamentos também, principalmente
aqueles que nada de bom mais me trazem, muitas vezes me estagnando ou não me deixando trilhar o caminho da evolução. Consequentemente estes são os mais difíceis.
Mas não impossíveis. Quando menos espero. Eles vão embora.
O não forçar.
O movimento é contínuo e intenso. A lua dá uma alterada quando faseia, mas isso nem tira o meu chão. Principalmente agora que ele é duplo e pretende voar.
Tentador mesmo é permanecer. Mas que nada! o Surf tá rolando all the time, e de vez em quando a gente desce na praia pra tomar um sol, pois este nasce pra todos, só não sabe quem não quer!
Os cortes são os mais bonitos. A sutileza, o perdão a si mesma e a ausência da culpa.

Obrigado aos que me magoam, maltratam, aos que me querem bem idem! Todos fazem parte da minha linda estrada de evolução!

Aceito, confio e agradeço!


UHUUUUUUUUUU e vamo que vamo!!


Keep walking!