Satunirismos

desde quando inventei que o céu era azul, o sol brilhou e coloriu-me de rosa. Quem sabe o dia de amanhã, a Deus pertence, pois nada mais me abastece. Sendo azul, rosa ou roxo. Amarelo ou violeta. Tudo se transfigura em metáforas alucinantes que apesar de criá-las, nem sempre saberia decifrá-las.
De noite, a escuridão me clareia. Pinto os cabelos porque talvez fique mais leve, mas nem quero que o vento me leve embora. Já sou voadora. Ícaros sem asas às vezes me socorrem...


Lua invertida lá fora
Sinto frio mas não sei de onde vem.
Fecho o guarda chuva pois não quero me molhar
A vida tem dessas coisas.

O desespero é coisa de gente normal
Eu sinto vontade de voar em qualquer nave
Apenas trilhar caminhos inimagináveis
Canais de comunicação.

Toda noite deito e durmo
Depois acordo
Sem anuviar nada
Apenas repousada sob o Sol.

Clandestino a vida e ganho amor
Telefonemas inesperados
Vontade clara e estúpida
Apaga a luz!

Quero ganhar dinheiro e filtro solar
Quero viajar!

Without wait

 Ao invés de esperar o sol sair, resolvi fazer uma cabanhinha e aproveitar a sombra pra quando ele chegar. Pois é, como você bem sabe, intimidade demais sempre me queima... rsrsrsrs
A Lua engordou, engravidou, emagreceu, embelezou, exacerbou, só não me disse ainda como serão os próximos 28 dias num incessante exercício de querer me faer parecer boba diante dos seus mistérios que respeito tanto e quem nem todda curiosidade do mundo me faria descobri-los.
Existem certas coisas, segredos que não foram feitos para serem revelados ou ditos em voz alta. Se eu não encontro afinidade naquele lugar aparentemente afim, tudo me parece como um retrato mal pintado da minha realidade que eu fico buscando cores e tintas e texturas e peles que possam ter alguma substância, algum sorriso, algum cheiro característico humano chamado amor.
Não tenho medo das paixões que cegam só acho que elas andam muito sem graça ultimamente e nada coerente com o que eu sigo (sinto agora). Um pouco de visão é sempre necessária e bem vinda, mesmo que seja de dentro do buraco da fechadura.
Só penso mesmo em mergulhar...














Keep walking.

Por uma bela manhã de sol

Manchei o lençol de azul. Tive más companhias. Criei asas mas não pude voar. Andei por entre as pontes que me guiaram até alguns corações, mas nem sempre me levaram a algum lugar. Percorri por entre as ondas um vazio perdido que pude encontrar. Coisas que nem sempre consegue se entender (e nem devem!). O absurdo mora no meu coração, e muitas vezes salta aos meus olhos. (Quem quer dinheiro?)
Na vida, alguma coisa me surpreende. Me guio por aquilo que me toca, que fazem os meus olhos brilharem. Muitas vezes me mandam usar óculos escuros para que nada ofusque. Mas será mesmo esse o verdadeiro motivo??




Nosso destino já nos foi traçado. O livre arbítrio consiste em vivê-lo da melhor forma ou não. Seguindo o nosso verdadeiro propósito. Aceitar. Ir. fluir. Deixar tomar de conta o coração. É possível mudar sem sofrimento.



Miksang











*Palavra tibetana que quer dizer "olho bom". Consiste em uma prática zen; fotografia contemplativa como é comumente conhecida e reúne mente limpa, visão clara e coração puro antes de se fazer a foto. Seus idealizadores acreditam que o nosso olhar viciado nos impede de enxergar os pequenos milagres diários e a vida passa pela maioria de nós facilmente despercebida.

Andy Karr, fotógrafo, professor e autor do livro Contemplating Reality: A Practitioner's Guide to the View in Indo-Tibetan Buddhism, (Contemplando a realidade: um guia prático para a visão do Budismo Indo-Tibetano) diz que "experimentamos visualmente o mundo a nossa volta baseados em dois aspectos: percepção e projeção. Quando misturamos os dois, temos uma dificuldade natural de percebe-los separadamente com alguma clareza. Nosso mundo não é o que vemos, é um misto de esperança e medo e por causa dessa confusão, nós sofremos".

(*texto adaptado de http://diariosdefilosofia.blogspot.com/2010/07/miksang.html).

Melodramismos de um coração de sacola

Então me perco no brilho de algum sorriso distante, alguma coisa me faz barulho no juízo e eu simplesmente não consigo aquietar. Ouço canções que me falam de campos de morangos distantes, em qualquer outro sítio que não seja o meu, mas que provavelmente mora num céu onde um dia hei de habitar. Falo rouco mas falo pouco. Dou vazão ao que está escrito lá dentro. Alguém com uma caneta em forma de bisturi, vandalizou pouco da cara do corpo, das mãos e do colo, coisa que normalmente ninguém o faria, mas sim, eu permito.

As coisas nem sempre são como gostaríamos, embora as prateleiras estejam lotadas de novidades, opções e ansiedades disfarçadas. Sem cartazes pra dizer aonde devemos ir, é de praxe ter de saber se orientar.

Minha bússola brilha com o sol, minha mente, na escuridão da Lua.

Walking around vou andando e recolhendo todos os meus gêneros de primeira necessidade colocando todos na sacola e sacudindo... guardando, estocando... afinal de contas o fim do mundo já chegou, desse mundo insólito, e eu já me achei naquele brilho lá de cima.

Portanto, o que eu tinha pra reclamar... já deixou de latejar.

Sem o peso do passo a reforma segue firme e ritmada... Tijolo por tijolo, reconstruindo algo que me foi perdido, mas que de fato, não deveria nunca ter estado.


Run fast for your mother, run fast for your father
Run for your children, for your sisters and brothers
Leave all your loving, your loving behind
You cant carry it with you if you want to survive

The dog days are over
The dog days are done
Can you hear the horses?
'Cause here they come




Keep walking...

Surfing...

Se eu for pensar na água gelada que desperta meu corpo para um novo dia, eu continuaria dormindo. Mas há outros poréns que me fazem sair da cama logo que o dia amanhece. Trabalhe! Foi um conselho em forma de dedo de prosa que me foi dado ontem. Algo mais não me assusta como antes, mas ainda sinto sintonia em músicas profundas. Hoje pretendo dormir sozinha. Em sonho, em vida, em solidão. Devagar, quase parando como se estivesse à beira do abismo esperando não ser jogada. A vida tem dessas coisas. Verbos radicais. Ameaças. Antigamente as via por todas as partes. Aqui acolá, vez ou outra ou quase sempre.

Melhor do que aprender a dizer não é saber que estes são aberturas pra vários sins que moram nos meus desejos mais íntimos
e que antes não tinham a oportunidade de se fazerem verdadeiros.
Tem muita coisa que eu to jogando fora. Discos, papéis, pensamentos, pessoas, hábitos e desejos antigos. Comportamentos também, principalmente
aqueles que nada de bom mais me trazem, muitas vezes me estagnando ou não me deixando trilhar o caminho da evolução. Consequentemente estes são os mais difíceis.
Mas não impossíveis. Quando menos espero. Eles vão embora.
O não forçar.
O movimento é contínuo e intenso. A lua dá uma alterada quando faseia, mas isso nem tira o meu chão. Principalmente agora que ele é duplo e pretende voar.
Tentador mesmo é permanecer. Mas que nada! o Surf tá rolando all the time, e de vez em quando a gente desce na praia pra tomar um sol, pois este nasce pra todos, só não sabe quem não quer!
Os cortes são os mais bonitos. A sutileza, o perdão a si mesma e a ausência da culpa.

Obrigado aos que me magoam, maltratam, aos que me querem bem idem! Todos fazem parte da minha linda estrada de evolução!

Aceito, confio e agradeço!


UHUUUUUUUUUU e vamo que vamo!!


Keep walking!