Kokorô.

Acordei com uma tristeza congelada no peito, com uma angústica entupindo a garganta. Já tentei tomar alguma coisa líquida pra ver se descia um pouco de uma e se dissolvia um pouco da outra, tudo em vão como a maioria das coisas. Minhas emoções serpenteiam pelo meu corpo, controladas de perto por meus insanos pensamentos.
Construí uma casa faz um tempo. Nela não há muitas coisas a não ser uma grande porta e uma pequena janela. Alguma mobília talvez, mas somente uma cama pra quando a gente pensasse em deitar. Um sofá pra quando decidíssimos assistir esporte na TV, e um mundo real lá fora à espreita.
Sinto vontade de chorar a quase todos os minutos, e pra isso agora eu tenho minas dentro de casa. Algumas pérolas, alguns diamantes (brutos, claro!), algo bonito e selvagem, fantasioso e real, profundo e claro. E eu admirei alguns traços que consegui enxergar através da miopia.
Hoje mais do que nunca parece que o mundo se tornou vago, levando você embora de um lugar no qual nunca esteve, de uma realidade que nunca foi a sua (ou foi?). Não penso mais nas horas gastas, no quandro do tempo inacabado, apenas me deixo levar pelos sons que me fazem derramar e descanso nas sessões de acupuntura.
E assim sigo sem saber sofrer, ou até mesmo pedir ajuda.

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