Mãe Riso da Plataforma* Entre Paris Match e O Cruzeiro.

Sábio dia qualquer no tempo
Trouxe à tona fragmentos
De vida que durante anos
Permaneceu oculto nos terreiros.

Daí emergiu um desespero
Enclausurado na forma de iaôs
Vindo ao mundo com certas histórias
Ditos que não se falam
Ritos que não se mostravam.

Dias, meses, anos. Cinquenta anos!
Passaram à toda sem se perceber
E mesmo no tudo e nada a ver com a França
Debaixo do colchão se manteve intacto
O segredo dos Orixás revelado.

O fato é que até hoje
O fardo é carregado
Filhos e filhas-de-santo marcados
Por risos que em memórias ecoam soltas
Entre dentes
Entre os guetos
Entre o Rio e Salvador.

Ah! Esperança que nunca morre
Que a tudo encobre
Que a todos redime

Perpetua o sagrado do profano
De tua carne
De tua crença
De tua imensidão.

Deixa o riso, o fardo e o revelado
Manter-se como a própria eternidade:
Uma Mãe Riso da Plataforma.






*Poema baseado no livro de Fernando de Tacca, sobre as fotos emblemáticas e polêmicas feitas pelo fotógrafo José Medeiros de moças (iaôs) no ato de iniciação do camdomblé. Na Bahia, nos anos 50.


Pra quem quer saber mais... taí links que eu achei na internet.

http://afotobrasilia.wordpress.com/2009/11/17/imagens-do-sagrado-e-studium/

http://www.iar.unicamp.br/docentes/fernandodetacca/ImagensdoSagrado/index.htm

1 comentários:

jailson filho disse...

e foi eu quem deu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! \o////////////////////////////

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