Encapsulei minha alma hoje de manhã. Algo que já por deveras disperdiçado, cristalizado como padras e rubis, quebrou-se por fim chegando aos farelos e sopros, à multidão de vento que não o consola. Por conseguinte tomou a dispersar-se, fazendo com que me restasse apenas cápsulas.
Encapsulei a minha alma porque já era dia. Quando se perde um caminho na noite escura, só se resta os raios do dia claro pra que seja devolvido algum sentido, alguma razão, que no fundo, é onde delas que deseja mais se perder.
Eu disso já sabia.
Babaquismos e frases ensaiadas num coral me disseram alguma coisa. Algo já não mais tão lindo como antes. Apenas desejaria mais entrelinhas e um colo.
Encapsulei a minha alma porque já era dia. Quando se perde um caminho na noite escura, só se resta os raios do dia claro pra que seja devolvido algum sentido, alguma razão, que no fundo, é onde delas que deseja mais se perder.
Eu disso já sabia.
Babaquismos e frases ensaiadas num coral me disseram alguma coisa. Algo já não mais tão lindo como antes. Apenas desejaria mais entrelinhas e um colo.
"A maior riqueza do homem é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou – eu não aceito.
Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra o pão às 6 horas da tarde, que vai lá fora, que aponta o lápis, que vê a uva etc.etc.
Perdoai.
Mas preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas."
Manoel de Barros
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