Possível indolência

Daí, eu precisei cortar o que sobrou de algum sonho passado, alguma ilusão perfurada pelos cacos de realidade, e pesares sem fim que ressoam orquestra dentro de ouvidos pequeninos e infantis. Ao passo que a roda do tempo trabalha no ritmo de um dia de cada vez, dela esqueço e aproveito mais as horas dadas.
A velha estrada também incide sobre os deuses. O caminhar é inerente ao destino e eu, dentro dessa roda toda. Vermelha. Cor de rosa. Azul marinho.
Viver é deixar que pedras perpetuem o caminho, que luzes se dissipem e emanem irradiando nuvem desenhada. O que vem de fora pode ser covardia, dor, vasos dilatados pulsando em veia; o que vem de dentro também: como não permitir que o amor penetre no seu âmago fundo, despertando absurdos, canalisando abalos, permutando desejos ultrapassando e regenerando novos. Fazendo tudo se sentir de novo, como o próprio novo. O que a mente poderosa atrai, deseja, amanhece, chove,
ilumina e chora.



















Picture By Saturnine.

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